domingo, 16 de setembro de 2012

Uma'drugada


Primeiro ele a devorou.
Olhos antes castanhos, viraram espelhos que refletiam o céu da ilusão.
Depois ele cedeu. Era além do inevitável.
Como não cantar "Amigo Punk" em qualquer situação. Ele gostava de cantar e contou a ela a sua devoção.
Não foi estranho o silêncio. Era sereno aquele rosto pintado.
Ela respondeu com uma respiração.
Sem expressão.
Era do jeito que ele lembrava. Inexplicável bafo do ultimo bebê dragão.
Sem folego, sem pensar.
Amor sólido de rasgar com as mãos.
Amor é confuso, mas é sempre uma opção.

Toda história que não tem início e meio, tem um despertador no fim. Mas há quem diga que não.

terça-feira, 8 de maio de 2012

convencionaL



  Ela é tão organizada, e eu pensando em comprar uma agenda pra desenhar. É de tanta convicção que transforma os meus fatos em "total acordo". Transborda vida só de olhar, e no olhar, as iris dançam como uma guria de 17 anos em plena festa noturna, a pupila, desfoca e foca como se a qualquer momento fosse fotografar. O céu mais azul se esconde lá. 

  Ela fala, escova, morde, assopra, deita e rola; Tudo ao mesmo tempo. Sorri mais do que reclama. E reclama muito. Mas dorme mais do que tudo. Dorme com uma serenidade nada desconhecida. Também aparece quando ela acorda, quando ela desce do trem lotado, quando ela me olha.
  Tem um método pra tudo, sempre com o objetivo claro. Claro, todo mundo as vezes desvirtua. É ela a distinta convencional, que só convém o que lhe convém e o que for pro bem. É supersticiosa inconvicta, religiosa indecisa, e tem talentos que ainda nem desconfio. Conversa sobre uma porção de coisas. Ciências ocultas pra mim. E o que mais ela esconde, eu não quero que me conte.