quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

De Carlin;



  Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.
  Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
  Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
  Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
  Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.
  Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
  Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos.
  Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
  Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
  Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas".
  Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.


  Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Por isso, valorize o que tem e as pessoas que estão ao teu lado.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Amor 2000

Olha que engraçado esse romance dos 2000
Escolhendo paixão pelo tamanho do pavio
Escolhem amor pela cor da calça
ou se o tênis é sujo, limpo, se tem marca.
Ou melhor, escolhendo romances por estação.
Namorados: inverno e outono
Soltos: primavera e verão
Na gaveta eles guardam os ingressos do Planeta e corações em porção.
Por glória? Por medo ou por tesão?
Calor, paz e verão. "todas de bundinha de fora"
e se não for tentação, não faz parte dessa estação.
Verão, Natal, férias, Reveillon
A expectativa do ano, a salvação.
Até que chega a decepção,a dor de cabeça, a estrada parada,
deitado o caminhão. Pedágio da depressão.
É tão clichê que até eu pude descrever.
Eu não li, não surfei e nem morri.
Crie as próprias leis, vista o seu melhor calção
Pule as sete ondas pra dizer que "ao verão eu sobrevivi".

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Epifania de um cristão.

Eu peço que retorne, nem que seja pra dizer o quanto eu fui mau.
Pra jogar no chão, espalhar na minha frente os erros que cometi, pra publicar no teu jornal.
Fica e vem ver o que restou do que eu sou, já não sou eu, sou teu.
Volta pra mostrar que por mais que eu seja arrogante, os teus lábios não fecharam, a boca continua doce e o café continua com espuma.
Volta Amor, eu continuo usando as mesmas meias pretas, mas meus sapatos estão mais limpos,
só pra tu ver o quanto eu melhorei.
Minha casa agora é esconderijo e o carro que eu dirijo foi comprado pro teu lazer.
Vai até a esquina e olha pra trás, olha teus passos e por onde já andou. Nota que por mais distante que tenha sido, ainda há resíduos do nosso amor. E que amores eternos tem seu nome por razão.
Olha pro meu terno, tá passado e não tem mais batom.
Abre o meu peito e examina com devoção. E se por acaso encontrar algo errado, mal polido ou mal lavado, eu permito que use as balas de canhão. Não as mesmas que desperdicei com prostitutas deitadas no chão marrom, mas as tuas sinceras que ferem mais que o bafo do último dragão.
Vem pro meu lado, pra minha frente, pra cima do meu ego, faz dele o teu prego e me prende na cruz do teu perdão.
Eu já não sei o que sarjeta, a rua é tão escura e mais distante da tua, onde eu caminho por precaução de te ver.E que se torna impossível de escrever quando imagino as nossas memórias na boca tua virando mais um borrão.
Vem pra que eu possa te contar dos farrapos que eu partilhei, e de como eu me recuperei pra te fazer acreditar que nascemos duas crianças desesperadas, aprendendo com mágoas as águas que dividem a intensa paixão do claro amor pagão.








quarta-feira, 20 de julho de 2011

AVISO AOS NAVEGANTES!

Eu não posso me apaixonar.
Não posso me apaixonar por quem não seja gremista. Imagina a briga nos domingos, finais do Gauchão.
Não posso me apaixonar por quem não tome mocaccino, nem por quem não tenha paciência de ouvir todos os meus delírios.
Não posso me apaixonar por ninguém que não frite ovo. "Arroz, queijo e ovo. Arroz, queijo e ovo..." Todos os dias, tudo de novo.
Não me apaixonaria por alguém sem sardas, tatuagens, cicatriz na canela e com unha no dedinho do pé.
Não posso me apaixonar por quem não me faça rir, por quem não me faça chorar, por quem não me faça existir, partir, voltar, desistir.
Sem possibilidade alguma de me apaixonar por quem não me faça todos os agrados, divida o pão, travesseiros, lixe pés, pinte cabelo, esprema cravos e escreva nas paredes do quarto.
Não aceitaria alguém que não fosse linda. Ninguém com boca pequena, ninguém com orelhas simétricas e nariz escultural. Ninguém com um só queixo, ninguém que não tenha pele de bebê e um monstro no quintal. Alguém que na praia saiba nadar, mas não seja tão fissurada pelas ideologias do mar.
Constelações no corpo. Tem que gostar de porcos, de cantar e de me ouvir afinar o violão.
É necessário que tenha anos de inglês pra me traduzir os jogos de Play.
É preciso que tenha compaixão, e disposta a abrir o coração, partir em dois se necessário. Dar as mãos.
Deve ter noção de espaço. Saber que o espaço entre dois Estados não existe quando se ama de verdade.Não pode gostar de maça, melancia, pêra,... Ou qualquer outra raridade.
Se for alguém que prefere pipoca a pizza, já esta descartada.
Não posso me apaixonar por uma guria que não que use meias de lã, camisetas de rock, calças jeans curtas, seis brincos na orelha, o básico.Tem que ter manias com o cabelo e um book de modelo.
Que ela ouça Beatles e que já tenha comido Doritos com leite condensado. Tem que estar perfeita em todos os momentos do meu lado. Do estilo, dormir babando e ringindo dentes, saindo do banho com a toalha na cabeça, vomitando no vaso do banheiro ou fingindo estar brava.
Tem que ter o peso ideal, pra que eu possa carregá-la dormindo nas escadas.
Tem que ter olhos de matar e um espaço entre os lábios fechados.
Não pode ser alguém desconhecido. Que me conheça a cinco anos, no mínimo.

Todas essas exigências como se eu pudesse escolher.
Não posso me apaixonar por ninguém que leia isso e, completamente, não consiga entender.

domingo, 12 de junho de 2011

Desnamorado


Um dia fui um namorado.
Era casado, apaixonado, entregue, bem amado
Café na mesa, cabelos molhados, andar de mãos dadas
Tudo errado.
Ou o certo pra quem prefere estar castrado.
E agora todo ano é assim.
Ela do outro lado.
Eu escrevendo, lendo, e vivendo meio assustado.
Um lance que vai e volta.
Primeira onda de amor
a próxima de derrota
Ela também se foi, sem volta.

Um dia de sol no meio do ano
espelho quebrado refletindo um grande engano
Ela do outro lado
Eu escrevendo, lendo, e vivendo desnamorado.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Eunãotenhoescrito.01

Eu não tenho escrito.
Gravado tudo que eu penso demais.
Tenho deixado as mais brilhantes ideias
perdidas entre os pensamentos banais.
Relendo os mesmos velhos jornais,
olhando sempre os mesmos filmes em diferentes canais.
Confundindo fantasia com romances astrais

Difícil escrever o que já foi escrito.
Desenhar as palavras é cada vez mais difícil.
Falar de amor é como reler velhas canções,
entender o amor já foi e é a tentativa de milhões.
E eu fujo do comum pra tentar descrever,
que quando eu penso, logo mudo, esqueço e tenho que dizer,
gritar, escrever, ler, reler, apagar e esperar a hora de crescer.
E no meio tempo, perdido entre crescer, esperar, escrever
Me abstenho involuntariamente e deixo de ser.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

12 dividido por 2 + B

O mesmo gosto doce,
como um vinho suave que embebeda o coração.
Desperta a paixão, a ilusão.
Primeiro contato imediato.
Imediatamente frustrado, amor e namorado.
Se pintam bem, decoram um bonito casal.
Pisando em nuvens, coberto por sabão.
Completa admiração, em meses perde a razão,
ou semanas então.
A espera da resposta, pergunta nunca feita.
O aguardo do "sim" demora.
Um turbilhão.
A mente que constantemente domina a razão, de repente perde pro coração.

"-... cheiro de amor, gosto de flor, Dr.

- É, esses são os sintomas da paixão."

A primeira vista, vejo o não.
Procuro a solução, bem do alto , olhando pro chão.

"-Pô Senhor, ajuda aí! Deixa não."
Mais uma despedida, sem gosto, sem saliva.
Sincera, com as mãos semi-livres e pés no chão

Querida, me tem, e vives sozinha.
Mora perto, não é minha, mas é vizinha.



segunda-feira, 30 de maio de 2011

Um pinta à frente do seu tempo.

Eu sou um cara moderno.Não durmo de touca.
Batuta à beça.Toda a patota manja.
Só ando na beca, meu chapa!
Na época de guri era trakinas, não me grilava com bulhufas.
No tempo de broto, era um verdadeiro pão.
Um pé de valsa.Fred Astaire era fichinha.
Tinha um carango bacana, supimpa.Uma belezura.Pode crer.
Não me misturava com a cambada.Amigo da onça comigo não tinha lero-lero.
Eu dizia :" -Chispa daqui! "
Apesar de estourar a boca do balão, nunca tive tutu.
Ando matando cachorro a grito, e hoje em dia, arrumar um batente é parada dura.
Se não tiver ginasial, pode botar as barbas de molho.
Mas agora resolvi mandar brasa.
Cansei de ser pangaré.
Vou botar pra quebrar, bicho.
Vou montar uma consultoria xuxu beleza.
(Para abrir minha consultoria,vou ter que vender meu Atari e 3 cartuchos.
Mas do River Raid eu não me desfaço.Nem que a vaca tussa!)
Se souber de alguma coisa, me bipa ou manda um telegrama.

(Hidelbrando Ignácio Theodóro de Mascarenhas Prado Valenthin ou Téo da Noca)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Suspiro

Quero que lembrem que vivi.
Vivi de situações inusitadas.
Vivi vidas dobradas,erradas,
mal dormidas e mal acordadas.
Digam que vivi pensando no melhor.
Que o medo e o acaso
nunca fizeram o frio ser maior.
Quero que lembrem
dos dias que o meu sorriso brilhava
e das noites cheio de mágoas,
onde o respeito se perdia
e o costumes se arrependiam.
Vivi na vida boemia.
Escrevendo cada noite fria,
e o calor de rachar o coração.
Escrevi coisas que nunca cumpri,
rezei orações que nunca acreditei
pensei histórias e nunca contei,
mas ainda assim, amei o amor que sonhei.

O mesmo cobertor que aquecia
a pele branca e macia,
cabelos loiros, a voz que gemia,
a boca suculenta que nunca se sacia.
Agora só serve do passado,
do futuro imenso,de uma vida vazia.
Perdido em cada palavra perdida
deixo a minha despedida.
Um adeus que a distância duvida,
e pra quem brinca com a vida,
não entende a tristeza da situação.

Suplico que releiam as histórias que contei
e que em cada palavra ou em cada verso que cantei
uma nova canção reinará.
Que das risadas, eu submergi.
E em cada choro, eu sorri.
Mas peço encarecidamente
que em cada amor descontente, lembrem:
Eu vivi e morri pensando no amor que finalmente nunca esqueci.