segunda-feira, 19 de julho de 2010

Katrina

A neve do frio de julho aquece as noites tempestuosas
na véspera de um mês que promete ser.
Fervendo os ossos, água quente pra acompanhar as trovas manhosas
Olhos fechados que parecem não ver,
boca rosada, na ultima madrugada dentes no sonho a morder
e um transparente no corpo quase impossível de descrever
Cavalo solto, soltando o que há de melhor.
Desafiando as incompatibilidades, gritando pra se destacar como o maior.
As vezes é tão salgado que me deixa em coma,
n'outras histórias fez eu me perder.
Desacredito a cada verdade escondida,
escrevo e recolho cada mentira não dita, ou dita, quem sabe?
O que se sabe?
Cor dos olhos e gênero musical?
Te vejo sempre subentendida.
Qual seria a característica ideal, no caso anormal? Talvez nem seja real.
Sem padrão, sem comparação, sem rima, me desanima, me faz tremer.
No que me faz pensar que medo preciso ter. Auto-suficiência legal.
Fugindo do natural, ainda me tenta e me tira pra dançar.
Não me importo em combinar
palavras, finais, contos e histórias banais.
Nem quero ler.
Me interessa, mas sem pressa, não tenho receio.
- Faça chuva ou sol, hoje tenho que escrever.
As vezes volto no tempo, releio os registros
e vejo que tento mais não insisto.
Nada adianta, se o bicho corre solto,
deixa correr, que eu protejo de longe.
Nenhuma diferença há de ter.
É uma guria, e me desafia
tenta ser gigante, mas ainda faz parte dos 7
altura de jardim, cabelos de Smurfete,
o rosto a risca, igual a de uma Fofolete
Ninguém segura peão, é daquelas que vem pra estrondar
pra derrubar, pisar, desossar
levando tudo, Katrina, é um novo furação
Carregando tudo que não está preso ao chão


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sr. Caçador

Um dia comum de sol.
a fumaça se dissipa nos raios que escapam.
A janela coberta por um lençol
Evitando o afago do calor, uma gruta escondida,
um filme de terror.
Sobrevivendo da caça.Conquistar e destruir.
Retiro a carne podre das presas, hoje é dia do caçador se abrir.

O verde e o preto camuflam o olhos vermelhos.
O sangue sem culpa servido num copo de dor.
As cores sem rotina, silhuetas das meninas
um corpo perfeito pra brincar de amor.
A pele branca disfarça o pecado rubro
Os olhos claros demonstram esplendor
A sua lança ainda cheira a morte
O rosto colorido sem humor
O fim ainda é cedo, sem medo deve voltar.
Sedento por veneno, amargo e pequeno
quilômetros pra encontrar
Procurando o cavalo mais veloz,livre e disposto
Mustang carregando arroz.
Trilhando a fina neve,
quem ainda se atreve a apostar no jumento perdedor
A natureza revela a incerteza de um sotaque que se estreita,
demonstrando cada segundo , seu mundo sem um Menudo,
dominós derrubando o posterior
O início ainda se ajeita, existe a suspeita
uma mente desprovida de temor
Um suposto vento quente ainda aquece o matadouro
Vermelho correndo pelas veias do ultimo tenor
Erva pela estrada, segredos, namorada
Dupla sede instigando o perseguidor
Um dia a mais, mais uma ano, mais uma vida, inúmeras feridas
No dia da caça sobressai o caçador.
Mais de duas décadas pra ser chamado de senhor.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Cinza

Um bom lugar pra se estar.
Sentado num trono como se fosse um rei
Uma ótima decisão a se tomar.
Dos frutos, por mais que planeje, nada sei
sem nenhuma pressa de chegar
Lembrando de outros caminho por onde andei
reconheço os erros e tento recuperar
Pretensão de uma longa história, escolhendo as paisagens que descreverei.
É assim que tento começar,
relendo,borrando o virtual,digitando as rotas do irreal
Oque começa aqui termina sem fim.
As ondas comandam um amor de se recordar, de se esquecer ao lembrar
como tantos outros que já vivi e não canso de voltar.
E pareço não saber, entendo as dificuldades do não estar, do não ser
"É bom, mas é ruim, mas é melhor do que não tentar"
Boca seca, travessuras da única noite sem luar.
Se abro a gaveta não sei oque vou encontrar
mas tendo a chave, posso ou não um novo caminho encontrar.
A indiferença nunca existiu, e é melhor nem tentar
só penso no claro lago que vi naquele olhar
Um drink azul em contrate com o cinza
me tira o sono e me convida a viajar
quilometros de estrada e uma linha tênue tão fácil de quebrar
è uma decisão a se tomar.
Então, se ponha sob meus pés e tente me alcançar
não é tão difícil quando se está no seu lugar
nem a neve do teu corpo te resfria,é tão quente quando a areia do mar
é um bom lugar pra se estar, opção de voltar.
Aqui atua como inspiração numa sala escura e retangular.
Se nem o maior deserto te diminui
umas linhas de elogios não vão te detonar.
Um mestre na arte de infringir e se safar
medo algum me trás saber que ainda é cedo pra recomeçar
É inconsequência se prostrar diante do que se sabe, dificuldade de amar
Nem ao menos acredito na força de um trovão, possibilidade de voar.
Escreva uma música pra se identificar,
renove o som pr'os teus ouvidos e tente não chorar
Quando a música mais inusitada te fizer lembrar
daquela noite em que conheceu a pessoa por qual ia se apaixonar.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Notas.

Meu amor, cuidado na estrada.
e quando você voltar
tranque o portão,
feche as janelas,
apague a luz
e saiba que eu te amo!

sábado, 29 de maio de 2010

Na vitória dos mais fortes




Quando me vi queimando uma cadeira vazia
analizando se o risco valia ou era só solidão.
O vacuo incêndio mas não aqueceu o quarto
e a chuva apagou quando o fogo chegou ao chão.
A fumaça preencheu o espaço antecipando um desabafo.
Inédito.Riscando o nulo, desenhando o branco
descartando o digital.Tudo ao natural.
Todas as cores em meio ao branco e preto,fugindo da distinção
Vermelho e azul gritando no dia anterior.
Vibrando e tremendo destacando o superior.
Aonde vai se não tem onde chegar?
De onde veio se não soube como ganhar?
Se for vitória por medo, se for medo de vencer.

É sempre vergonhoso viver em meio o medo de perder.
O relógio já não tem mais cor.Eram duplas.
Um veneno que ele mesmo revelou.
O chumbo, cinza, leve e não seduz.

Te priva, te cancela, "deixa que a vida me conduz".
Não é letra e nem te lembra uma canção.
O som linear das cordas do meu violão.

Cheio de silêncio.Cansado de correr.
Aquele estado enebriado que a muito tempo não vem me ver.
A mão volta a tremer, exausta de não saber.
Corri, cheguei, penso "que nada sei" e recomeço a escrever.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sorte

Veja só essa minha terra
Que não é só céu, sol, sul

Tem rostos corados, olhos verdes e azuis
Meu rio grade de noites curtas e significantes
Noites pra quem se garante e não pensa em outro lugar.
Vivendo no passado que me anima
E um futuro que bem de cima não consigo dizer qual é
O medo do destino, da moldura na parede, do sobrenome dos filhos.
Só me diz agora que a luz do poste não vai acender
Que essa noite é longa o suficiente pra não ouvir o som do amanhecer

Que cama gire e que eu suspenda seus pés
Mas que a nossa vida nunca vire um jogo de sorte ou revés

Pra quem ganha tanto faz, pra quem perde nunca mais.


sábado, 15 de maio de 2010

Chega a hora de dizer chega


Um cara, um homem médio. Um guri de poucas rimas, muitas gírias e lances legais.
No preto ou branco;
Porto Alegre e seus carnavais.
Detido ao ar livre.
Amores e seus totais.
No dia, viver é tudo. Nas noites irreais, tudo é mais.
Independente do relógio, passeio pelas ruas, seguindo em frente, parando, dificilmente ando pra trás.
Às vezes paro pra ler. Sento, respiro, desconheço. To sempre andando pr'os demais.
Com as cores vivas acabo desconhecido. No desfoque da foto me encontro em paz.

Sempre ando com anjos. Pago pelas almas e não ganho recibo.

Trilhando às vezes o caminho curva e se desfaz. Movimento, incêndio, o cinza da chuva.

Focando sem finais.Ligando ou vibrando. Sangue frioPorto Alegre entre os Natais.(Romances reais).Na beleza sempre chego tarde, satisfeito, insuficiente.Não existe diferença pra quem não se liga em colunas sociaisAguardo a noite e as vidas que ela trouxer, todas rotas, esperando surpresas iguais.
Trancado na grande casa escura. A sujeira, o pop, algumas dúzias de Alices se entrosando em bacanais (dores em Stand-by)
Em breve chega o dia.Ao alvorecer, o canto dos pássaros.
A luz desmascara os animais.
Histórias, filosofias, afinidades desafinadas encontrando finais.
Queimando, bebendo vícios. “Amores florais”, " - Um filtro amarelo para os Cardeais!"
Corações abertos, olhos fechados, as mãos tocando os sinais.

Palavras escondidas,estampada em sorrisos mais do que banais.
Amar a farsa sempre nos interessa mais
DVD’s na esquina é o barato que nos atrai
Certo, errado, não se distingue quando as moedas caem.

No fim do papel resta lápis, grafite e chumbo me confundem a cada estação.

Outrora escrevia contos com mil finais.
Agora, o início vem do fim, e o meio se mistura no refrão
Se no papiro está, não se destaca como os habituais.
É como o final de uma canção que acaba cedo, mas não acaba jamais.

sábado, 8 de maio de 2010

Um belo dia tu te acorda com uma puta dor no pescoço, dor nas costas. Teus olhos ardem.Teus músculos ardem.
Tu tens dificuldades para te lembrar das coisas, tem dificuldades para acordar, depois levantar e por aê vai.
Tem dificuldades para dormir, para engordar, ou emagrecer, dificuldades em chegar de um ponto ao outro,
dificuldades em chegar ao ponto, enfim, perde o ponto, perde tempo, ganha rugas.
Os dias passam, tu respira fumaça, bebe água contaminada. Queima o rosto com os raios catódicos do monitor,
acende um cigarro e te pergunta até que idade irá sobreviver.
Pensa em se mudar para o fronteira. Pensa em parar de fumar. Pensa em comprar roupas novas. Pensa em matar alguém.

Um dia tu acorda e te dá conta que tá cansado.
Tu te cansa da cidade, dos carros, das luzes.Te cansa do lixo, das pessoas, do barulho.
Cansa de não saber para onde ir, te cansa de não ter para onde ir e precisar ir para algum lugar.
Tu te cansa de não ter razão, de não ter caminhos, de não ter opções, te cansa de ver tua vida igual a de todos os outros,
te cansa de ser de um rebanho sem pastor.
Cansa de chefes, deuses, impostos, moda, dinheiro.Tu te cansas da sensação de estar desperdiçando seu tempo,
Cansa de não ter tempo algum para disperdiçar.
Tu te cansa de viver em um mundo onde quem não tá desesperado, tá louco.Tu te desespera com medo de enlouquecer.
Respira fundo, acende um cigarro.
Tu cansa de não saber exatamente do que tá cansado.Te cansa do "alguma coisa tá errada" que paira sobre o ar
desde uma época que tu nem lembra mais.
Te cansa das avenidas, das ruas, das alamedas, das praças, do sol, dos postes, das placas de sinalização, das sinaleiras, das buzinas.
Te cansa de amores, amores incompletos, de amores platônicos, de falta de amor, de excesso disso e daquilo.
Te cansa do "apesar de".Cansa do rabo entre as patas, da sensação de estar sendo prejudicado, te cansa do
"a vida é assim mesmo".Tu te cansa de esperar, de rezar, de aguardar, de ter esperanças, cansa do frio na barriga,
cansa da falta de sono.
Logo te cansa a hipocrisia, a falsidade, a ameaça constante, te cansa da estupidez, da apatia,
da angústia, da insatisfação, da injustiça, do frenezi, da busca impossível e infinita de algo que não sabe o que é.
Te cansa da sensação de não poder parar.
E tu não para, até que esteja morto.
Um belo dia tu acorda.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

1º - "os pensamento..." - folhas de caderno.txt

Não mostra no calendário as horas que eu passo a desperdiçar.Destruindo o futuro com o passado sem saber como chegar.
O temor que me falta pra viver, e a ânsia de saber no que vai dar.Seguindo as rotas que traço, a cada risco,rabisco, o braço e as mãos tremulas.
Voo no mundo e onde vou atracar?Arrasto a ancora e levo quem ousar me perturbar.
Chega a hora, e logo chega, que o espelho não te responde o mesmo amor, te reflete um futuro eminente, o túnel do tempo que o teu corpo abraçou.
Não existe fim, se o fim é imortal.Se filhos e poetas se encontram nessa meta, se o filme é ou não é sempre igual.
O quê eu preciso é de um elixir que traga todo esse roteiro pra mim,toda droga que que me faça enxergar o sentido de viver sem lastimas.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
























Eu me recuso a postar nesse blog mais uma vez do shopping de Canoas.Quando chegar em casa eu prometo que faço um post bem divertido, talvez nem tanto.