sábado, 28 de dezembro de 2013

ela é Mais

Se eu soubesse defini-lá já teria a abandonado
Tô viciado em desvendar e aprender
Céu ensolarado. Ela do meu lado
aulas em silêncio pra não nos comover
Um saco de ideias, um liquidificador ligado e nada a dizer
Doce, inacreditável café sem açúcar
Se fosse errado estaria maluca
com a guerra de sexos que soubemos resolver
pra depois descrever, cantar pra quem não sabe ler
E quando eu esqueço, num sorriso largo ela me traz
...
sou Louco, ela Mais!
Incalculável bem que nos faz querer
ter por perto,
bem perto
Abraço, beijo e acerto o passo pra não correr
Não foi o medo que te fez tremer
é quase junho e o frio aquece pra gente não esquecer que
o coração ainda pulsa, mas tomamos cuidados pra água não ferver
Um ponto certo, sem cartas marcadas,
sem nada a esconder.
Cantar as derrotas, estradas sem volta
um corredor escuro pra caminhar
sem pressa, larga essa!
Ninguém sabe onde vai chegar.
e depois voltar e saber
onde cada buraco se esconde, onde não se pode errar.
Eu não vou pecar, eu não vou ceder
Em dois lances de escadas tudo vai acontecer.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

antes do mergulho


Não me pare. Já não tenho pressa de chegar.
Não se apresse, o futuro pode esperar.
Não se achegue, já não tenho pressa de parar
Não se espere, o futuro pode apressar.
Não me empurre, eu não tenho onde pisar.
Não me pise, eu não tenho quem empurrar.
Não se culpe por não saber andar.
Não ande se não souber culpar
Não se perca, as migalhas não vão te salvar.
E se as migalhas não salvam, eu piso fundo pra marcar...
-Não me pergunte onde esse rio vai desaguar
-Não me responda o que eu não ouso perguntar.
-Não pressuponha o que eu vou te contar

Sempre há uma dúvida pra quem sabe a intenção
e o jogo está armado pra quem souber jogar.





(Severo/Lima)

domingo, 16 de setembro de 2012

Uma'drugada


Primeiro ele a devorou.
Olhos antes castanhos, viraram espelhos que refletiam o céu da ilusão.
Depois ele cedeu. Era além do inevitável.
Como não cantar "Amigo Punk" em qualquer situação. Ele gostava de cantar e contou a ela a sua devoção.
Não foi estranho o silêncio. Era sereno aquele rosto pintado.
Ela respondeu com uma respiração.
Sem expressão.
Era do jeito que ele lembrava. Inexplicável bafo do ultimo bebê dragão.
Sem folego, sem pensar.
Amor sólido de rasgar com as mãos.
Amor é confuso, mas é sempre uma opção.

Toda história que não tem início e meio, tem um despertador no fim. Mas há quem diga que não.

terça-feira, 8 de maio de 2012

convencionaL



  Ela é tão organizada, e eu pensando em comprar uma agenda pra desenhar. É de tanta convicção que transforma os meus fatos em "total acordo". Transborda vida só de olhar, e no olhar, as iris dançam como uma guria de 17 anos em plena festa noturna, a pupila, desfoca e foca como se a qualquer momento fosse fotografar. O céu mais azul se esconde lá. 

  Ela fala, escova, morde, assopra, deita e rola; Tudo ao mesmo tempo. Sorri mais do que reclama. E reclama muito. Mas dorme mais do que tudo. Dorme com uma serenidade nada desconhecida. Também aparece quando ela acorda, quando ela desce do trem lotado, quando ela me olha.
  Tem um método pra tudo, sempre com o objetivo claro. Claro, todo mundo as vezes desvirtua. É ela a distinta convencional, que só convém o que lhe convém e o que for pro bem. É supersticiosa inconvicta, religiosa indecisa, e tem talentos que ainda nem desconfio. Conversa sobre uma porção de coisas. Ciências ocultas pra mim. E o que mais ela esconde, eu não quero que me conte.














quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

De Carlin;



  Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.
  Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
  Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
  Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
  Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.
  Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
  Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos.
  Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
  Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
  Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas".
  Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.


  Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Por isso, valorize o que tem e as pessoas que estão ao teu lado.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Amor 2000

Olha que engraçado esse romance dos 2000
Escolhendo paixão pelo tamanho do pavio
Escolhem amor pela cor da calça
ou se o tênis é sujo, limpo, se tem marca.
Ou melhor, escolhendo romances por estação.
Namorados: inverno e outono
Soltos: primavera e verão
Na gaveta eles guardam os ingressos do Planeta e corações em porção.
Por glória? Por medo ou por tesão?
Calor, paz e verão. "todas de bundinha de fora"
e se não for tentação, não faz parte dessa estação.
Verão, Natal, férias, Reveillon
A expectativa do ano, a salvação.
Até que chega a decepção,a dor de cabeça, a estrada parada,
deitado o caminhão. Pedágio da depressão.
É tão clichê que até eu pude descrever.
Eu não li, não surfei e nem morri.
Crie as próprias leis, vista o seu melhor calção
Pule as sete ondas pra dizer que "ao verão eu sobrevivi".

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Epifania de um cristão.

Eu peço que retorne, nem que seja pra dizer o quanto eu fui mau.
Pra jogar no chão, espalhar na minha frente os erros que cometi, pra publicar no teu jornal.
Fica e vem ver o que restou do que eu sou, já não sou eu, sou teu.
Volta pra mostrar que por mais que eu seja arrogante, os teus lábios não fecharam, a boca continua doce e o café continua com espuma.
Volta Amor, eu continuo usando as mesmas meias pretas, mas meus sapatos estão mais limpos,
só pra tu ver o quanto eu melhorei.
Minha casa agora é esconderijo e o carro que eu dirijo foi comprado pro teu lazer.
Vai até a esquina e olha pra trás, olha teus passos e por onde já andou. Nota que por mais distante que tenha sido, ainda há resíduos do nosso amor. E que amores eternos tem seu nome por razão.
Olha pro meu terno, tá passado e não tem mais batom.
Abre o meu peito e examina com devoção. E se por acaso encontrar algo errado, mal polido ou mal lavado, eu permito que use as balas de canhão. Não as mesmas que desperdicei com prostitutas deitadas no chão marrom, mas as tuas sinceras que ferem mais que o bafo do último dragão.
Vem pro meu lado, pra minha frente, pra cima do meu ego, faz dele o teu prego e me prende na cruz do teu perdão.
Eu já não sei o que sarjeta, a rua é tão escura e mais distante da tua, onde eu caminho por precaução de te ver.E que se torna impossível de escrever quando imagino as nossas memórias na boca tua virando mais um borrão.
Vem pra que eu possa te contar dos farrapos que eu partilhei, e de como eu me recuperei pra te fazer acreditar que nascemos duas crianças desesperadas, aprendendo com mágoas as águas que dividem a intensa paixão do claro amor pagão.








quarta-feira, 20 de julho de 2011

AVISO AOS NAVEGANTES!

Eu não posso me apaixonar.
Não posso me apaixonar por quem não seja gremista. Imagina a briga nos domingos, finais do Gauchão.
Não posso me apaixonar por quem não tome mocaccino, nem por quem não tenha paciência de ouvir todos os meus delírios.
Não posso me apaixonar por ninguém que não frite ovo. "Arroz, queijo e ovo. Arroz, queijo e ovo..." Todos os dias, tudo de novo.
Não me apaixonaria por alguém sem sardas, tatuagens, cicatriz na canela e com unha no dedinho do pé.
Não posso me apaixonar por quem não me faça rir, por quem não me faça chorar, por quem não me faça existir, partir, voltar, desistir.
Sem possibilidade alguma de me apaixonar por quem não me faça todos os agrados, divida o pão, travesseiros, lixe pés, pinte cabelo, esprema cravos e escreva nas paredes do quarto.
Não aceitaria alguém que não fosse linda. Ninguém com boca pequena, ninguém com orelhas simétricas e nariz escultural. Ninguém com um só queixo, ninguém que não tenha pele de bebê e um monstro no quintal. Alguém que na praia saiba nadar, mas não seja tão fissurada pelas ideologias do mar.
Constelações no corpo. Tem que gostar de porcos, de cantar e de me ouvir afinar o violão.
É necessário que tenha anos de inglês pra me traduzir os jogos de Play.
É preciso que tenha compaixão, e disposta a abrir o coração, partir em dois se necessário. Dar as mãos.
Deve ter noção de espaço. Saber que o espaço entre dois Estados não existe quando se ama de verdade.Não pode gostar de maça, melancia, pêra,... Ou qualquer outra raridade.
Se for alguém que prefere pipoca a pizza, já esta descartada.
Não posso me apaixonar por uma guria que não que use meias de lã, camisetas de rock, calças jeans curtas, seis brincos na orelha, o básico.Tem que ter manias com o cabelo e um book de modelo.
Que ela ouça Beatles e que já tenha comido Doritos com leite condensado. Tem que estar perfeita em todos os momentos do meu lado. Do estilo, dormir babando e ringindo dentes, saindo do banho com a toalha na cabeça, vomitando no vaso do banheiro ou fingindo estar brava.
Tem que ter o peso ideal, pra que eu possa carregá-la dormindo nas escadas.
Tem que ter olhos de matar e um espaço entre os lábios fechados.
Não pode ser alguém desconhecido. Que me conheça a cinco anos, no mínimo.

Todas essas exigências como se eu pudesse escolher.
Não posso me apaixonar por ninguém que leia isso e, completamente, não consiga entender.

domingo, 12 de junho de 2011

Desnamorado


Um dia fui um namorado.
Era casado, apaixonado, entregue, bem amado
Café na mesa, cabelos molhados, andar de mãos dadas
Tudo errado.
Ou o certo pra quem prefere estar castrado.
E agora todo ano é assim.
Ela do outro lado.
Eu escrevendo, lendo, e vivendo meio assustado.
Um lance que vai e volta.
Primeira onda de amor
a próxima de derrota
Ela também se foi, sem volta.

Um dia de sol no meio do ano
espelho quebrado refletindo um grande engano
Ela do outro lado
Eu escrevendo, lendo, e vivendo desnamorado.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Eunãotenhoescrito.01

Eu não tenho escrito.
Gravado tudo que eu penso demais.
Tenho deixado as mais brilhantes ideias
perdidas entre os pensamentos banais.
Relendo os mesmos velhos jornais,
olhando sempre os mesmos filmes em diferentes canais.
Confundindo fantasia com romances astrais

Difícil escrever o que já foi escrito.
Desenhar as palavras é cada vez mais difícil.
Falar de amor é como reler velhas canções,
entender o amor já foi e é a tentativa de milhões.
E eu fujo do comum pra tentar descrever,
que quando eu penso, logo mudo, esqueço e tenho que dizer,
gritar, escrever, ler, reler, apagar e esperar a hora de crescer.
E no meio tempo, perdido entre crescer, esperar, escrever
Me abstenho involuntariamente e deixo de ser.