quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Epifania de um cristão.

Eu peço que retorne, nem que seja pra dizer o quanto eu fui mau.
Pra jogar no chão, espalhar na minha frente os erros que cometi, pra publicar no teu jornal.
Fica e vem ver o que restou do que eu sou, já não sou eu, sou teu.
Volta pra mostrar que por mais que eu seja arrogante, os teus lábios não fecharam, a boca continua doce e o café continua com espuma.
Volta Amor, eu continuo usando as mesmas meias pretas, mas meus sapatos estão mais limpos,
só pra tu ver o quanto eu melhorei.
Minha casa agora é esconderijo e o carro que eu dirijo foi comprado pro teu lazer.
Vai até a esquina e olha pra trás, olha teus passos e por onde já andou. Nota que por mais distante que tenha sido, ainda há resíduos do nosso amor. E que amores eternos tem seu nome por razão.
Olha pro meu terno, tá passado e não tem mais batom.
Abre o meu peito e examina com devoção. E se por acaso encontrar algo errado, mal polido ou mal lavado, eu permito que use as balas de canhão. Não as mesmas que desperdicei com prostitutas deitadas no chão marrom, mas as tuas sinceras que ferem mais que o bafo do último dragão.
Vem pro meu lado, pra minha frente, pra cima do meu ego, faz dele o teu prego e me prende na cruz do teu perdão.
Eu já não sei o que sarjeta, a rua é tão escura e mais distante da tua, onde eu caminho por precaução de te ver.E que se torna impossível de escrever quando imagino as nossas memórias na boca tua virando mais um borrão.
Vem pra que eu possa te contar dos farrapos que eu partilhei, e de como eu me recuperei pra te fazer acreditar que nascemos duas crianças desesperadas, aprendendo com mágoas as águas que dividem a intensa paixão do claro amor pagão.








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