domingo, 12 de junho de 2011

Desnamorado


Um dia fui um namorado.
Era casado, apaixonado, entregue, bem amado
Café na mesa, cabelos molhados, andar de mãos dadas
Tudo errado.
Ou o certo pra quem prefere estar castrado.
E agora todo ano é assim.
Ela do outro lado.
Eu escrevendo, lendo, e vivendo meio assustado.
Um lance que vai e volta.
Primeira onda de amor
a próxima de derrota
Ela também se foi, sem volta.

Um dia de sol no meio do ano
espelho quebrado refletindo um grande engano
Ela do outro lado
Eu escrevendo, lendo, e vivendo desnamorado.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Eunãotenhoescrito.01

Eu não tenho escrito.
Gravado tudo que eu penso demais.
Tenho deixado as mais brilhantes ideias
perdidas entre os pensamentos banais.
Relendo os mesmos velhos jornais,
olhando sempre os mesmos filmes em diferentes canais.
Confundindo fantasia com romances astrais

Difícil escrever o que já foi escrito.
Desenhar as palavras é cada vez mais difícil.
Falar de amor é como reler velhas canções,
entender o amor já foi e é a tentativa de milhões.
E eu fujo do comum pra tentar descrever,
que quando eu penso, logo mudo, esqueço e tenho que dizer,
gritar, escrever, ler, reler, apagar e esperar a hora de crescer.
E no meio tempo, perdido entre crescer, esperar, escrever
Me abstenho involuntariamente e deixo de ser.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

12 dividido por 2 + B

O mesmo gosto doce,
como um vinho suave que embebeda o coração.
Desperta a paixão, a ilusão.
Primeiro contato imediato.
Imediatamente frustrado, amor e namorado.
Se pintam bem, decoram um bonito casal.
Pisando em nuvens, coberto por sabão.
Completa admiração, em meses perde a razão,
ou semanas então.
A espera da resposta, pergunta nunca feita.
O aguardo do "sim" demora.
Um turbilhão.
A mente que constantemente domina a razão, de repente perde pro coração.

"-... cheiro de amor, gosto de flor, Dr.

- É, esses são os sintomas da paixão."

A primeira vista, vejo o não.
Procuro a solução, bem do alto , olhando pro chão.

"-Pô Senhor, ajuda aí! Deixa não."
Mais uma despedida, sem gosto, sem saliva.
Sincera, com as mãos semi-livres e pés no chão

Querida, me tem, e vives sozinha.
Mora perto, não é minha, mas é vizinha.